A MISSÃO FRANCISCANA NA AMAZÔNIA
Os Franciscanos estiveram presentes na Amazônia desde o início dos tempos coloniais. Entre 1616 e 1757, frades de três províncias portuguesas estiveram trabalhando na margem esquerda do rio Amazonas (lado norte), entre a Ilha de Marajó, Cabo do Norte e Gurupá, em lugares como Almeirim, Prainha, Monte Alegre, Alenquer, Óbidos, Faro, etc., até que foram expulsos daqui pelo Marquês de Pombal, em 1757. Exatamente 150 anos depois da expulsão pombalina, os Franciscanos voltaram, desta vez para assumir a responsabilidade pela imensa Prelazia de Santarém, que, à época de sua criação, abrangia uma área geográfica calculada em 794.313 Km quadrados, o que significava mais da metade do atual estado do Pará e incluía os territórios das atuais Prelazias do Xingu, Óbidos, Itaituba e das Dioceses de Macapá e Santarém. Historicamente, quando em 1907, Frei Amando, Frei Capistrano Niegmayer e o irmão Frei Camilo, chegaram, eram de fato os primeiros franciscanos que vinham trabalhar em Santarém, mas somente no ano seguinte é que oficialmente se registrou a entrega da Prelazia aos frades franciscanos.
Nos centros urbanos de maior concentração populacional, que eram as cidades, os Franciscanos promoveram e incentivaram as irmandades religiosas como Pia União das Filhas de Maria, Apostolado de Oração, Confraria do Rosário, Ordem 3ª de São Francisco e para a juventude masculina com grande êxito estabeleceram a Associação dos Aloisianos e a Congregação Mariana, entidades que a seu tempo representaram importante papel de apostolado leigo, principalmente as duas últimas desempenharam efetivaação na formação do homem cristão da Prelazia. Esses movimentos associativos eram veículos para uma ativa participação religiosa dos leigos, principalmente nas devoções piedosas que realizavam nos meses de maio, em louvor de Nossa Senhora e em Junho em honra do Sagrado Coração de Jesus, como também promoviam a devoção das missas nas primeiras sexta-feiras e nos primeiros sábados. Nas escolas da sede da paróquia, os padres tinham suas aulas de catecismo, semanal, de perseverança e nas capelas, o catecismo de preparação para a primeira comunhão, contava com a colaboração das catequistas religiosas e de leigas das irmandades.
A educação teve desde os primórdios da Prelazia uma consideração toda especial, motivando a fundação de escolas, inicialmente, de ensino primário, destacando-se nesta pastoral Frei Ambrósio Philpsemburg, que foi um dos grandes baluartes da educação em Santarém. A escola São Francisco por ele ampliada, contribuiu para o desenvolvimento da música, pois lá funcionava uma escola sob a batuta do maestro Luiz Barbosa.
Em abril de 1957, os franciscanos da Província de Santo Antônio deixaram a Prelazia de Santarém para os confrades da Província do Sagrado Coração de Jesus e foram servir na Prelazia de Óbidos, campo apostólico já por eles sobejamente conhecido, já que era parte da Prelazia de Santarém, na qual serviram por cinquenta anos.
No dia 25 de junho de 1943 já chegava o primeiro grupo de frades missionários norte-americanos em Santarém. Eram eles: Frei Junípero Freitag, Frei Severino Nelles, Frei Tadeu Prost e Frei Conleth (Tiago) Ryan. Inicialmente, D. Anselmo Pietrulla propôs aos novos missionários que assumissem como campo de trabalho a parte ocidental da Prelazia, isto é, as paróquias de Alenquer, Óbidos, Oriximiná, bem como Faro, Juruti e Terra Santa, o que mais tarde se tornaria a Prelazia de Óbidos (11). Contudo, já em 21 de julho, Frei Severino foi nomeado Vigário de Belterra e em 24 de outubro, as missões ao sul de Santarém até as cachoeiras de São Luiz, no rio Tapajós, seriam entregues ao novo Comissariado da Província do Sagrado Coração de Jesus em caráter definitivo. As duas primeiras casas foram estabelecidas em Belterra e Fordlândia ainda nos últimos meses de 1943 A partir deste núcleo inicial, com a chegada de novos voluntários da Província do Sagrado Coração a cada ano, foi possível ampliar geograficamente a presença franciscana na região do Tapajós. Já em 1945 foi estabelecida a terceira casa franciscana, em Itaituba. A partir de 1943, quase todos os anos, até 1960, chegaram novos reforços para o novo Comissariado dos Padres Franciscanos do Rio Tapajós. Depois, ainda que mais esporadicamente, a Província continuou mandando voluntários para o Comissariado, que, mais tarde, se tornaria a Custódia do Sagrado Coração de Jesus.
Em 1957, com a criação da Prelazia de Óbidos, aconteceram várias mudanças em Santarém. D. Floriano Lowenau foi nomeado Bispo Prelado da nova Prelazia, que foi entregue aos cuidados dos franciscanos do Comissariado da Província de Santo Antônio. Frei Tiago Ryan foi eleito Bispo Prelado de Santarém e os franciscanos do Comissariado do Tapajós assumiram, junto com ele, a responsabilidade pela Prelazia de Santarém, a partir de 1958
Na passagem da década de 70 para a de 80, mais mudanças significativas aconteceram em Santarém. Em 1979, a Santa Sé elevou a Prelazia de Santarém à categoria de Diocese. Daí a pouco tempo foi nomeado um Bispo Auxiliar para D. Tiago, na pessoa de D. Frei Lino Vombömmel. Surgiu e cresceu um clero diocesano. Este clero foi assumindo cada vez mais paróquias e áreas pastorais e foi mudando também a face da Diocese de Santarém, que assumiu cada vez mais um rosto brasileiro Amazônida. Neste mesmo tempo, a Custódia do Sagrado Coração também foi assumindo um rosto diferente com o surgimento de mais vocações brasileiras e a diminuição do número de missionários norte-americanos. Entre erros e acertos, a Custódia conseguiu articular um bom projeto de formação, avaliou seus compromissos pastorais, retirou-se de algumas áreas para deixar o espaço livre para o clero diocesano e redefiniu seu perfil e suas prioridades.
Texto adaptado do Wikipédia, a enciclopédia livre.

NOSSO MENSAGEIRO:
Frei Ulysses Calvo OFM foi ordenado diácono na Missão São Francisco do rio Cururu no dia 13 de maio de 2012. Bispo ordenante: Dom Frei Wilmar santin, O.Carm., da Prelazia de Itaituba.